Conheça o Coletivo Contra-Maré da Baixada Santista

Parece que a nossa cidade vem caminhando aos poucos para começar a articular as mudanças que a comunidade LGBTT necessita.

Após uma década cheia de ONGS fantasmas voltadas ao segmento LGBTT na região, a sociedade civil começa a se organizar de forma consciente e consistente. Sim, esse papo das ONGS fantasmas é muito longo e merece outro post exclusivo aqui. Qualquer hora eu me animo.

Mas agora vamos falar de coisa boa ne? Vamos falar de Coletivo Contra- Maré.

Coletivo Contra Maré

Eu bati um papo com o Bryan Faustino, um dos integrantes do Coletivo que me contou um pouco como funciona a coisa toda e quais as propostas dessa galera que têm se reunido pra pensar num futuro melhor pra comunidade LGBTT na Baixada Santista, simplesmente porque acreditam que cada um de nós, pode fazer a diferença.

Cada um, contribuindo como pode, é claro, mas todos atentos às necessidades da comunidade e sem ganhar um tostão por isso.

Eu acho sensacional ver essa galera jovem e consciente de que as mudanças só podem ocorrer se nós tomarmos à iniciativa. Sou de uma geração que não se assumia publicamente e quando conseguia sair do armário, tinha muita dificuldade em militar e exigir seus direitos. Eu sempre digo aqui que beesha é uma raça desunida. E continuo afirmando que isso é a mais pura verdade, infelizmente.

Mas essa galera se juntou pra fazer a diferença e achei importante usar esse espaço pra divulgar o trabalho deles.

Partindo do anseio de estudantes universitários e de integrantes da sociedade civil, surgiu a ideia de construir um coletivo que discuta e enfrente o preconceito e a violação de direitos de minorias (especialmente a LGBTT); assim, articulando-se com outras pessoas na região da Baixada Santista que também buscam estar nesta luta, nasceu o Coletivo Contra-maré.

Depois de debates, diversas reuniões e reflexões sobre nossa realidade, eles buscam pensar em estratégias que visam problematizar cada vez mais essas questões e atuar para que as mudanças sociais necessárias possam ocorrer.

Assim, construíram sua proposta política e de atuação:

  • Criar uma sólida base teórica para fortalecimento da prática diária.
  • Promover atividades de conscientização da sociedade civil (assim como de formação do coletivo) em relação aos direitos dos LGBTTS (Cine debates, festas, palestras, mostras, campanhas de saúde, notas de repúdio, participação em fóruns, encontros, panelaços, beijaços, campanhas, manifestações rodas de conversa, atos, mobilização via redes sociais, reuniões entre outros).
  • Sustentabilidade financeira
  • Buscar parceiros para acrescentar na luta (visando sempre a manutenção dos princípios do Coletivo); assim como, identificar e combater as instituições, organizações e entidades que sejam contra os valores e direitos pelos quais o Coletivo luta.
  • Ficar atentos às políticas (implementadas nas cidades da região da Baixada Santista) que digam respeito à diversidade (comissão de diversidade, lei contra homofobia, conselho municipal da diversidade).
  • Defender a plena cidadania da população LGBTT (dentro de uma perspectiva de classe, gênero e raça), lutando contra as mais variadas formas de opressão que a heteronormatividade e o capitalismo impõem a esses sujeitos.
  • Pesquisar a história do movimento LGBTT na região da Baixada Santista.
Coletivo Contra Maré

Intervenção Beijos para Feliciano! no Dia Internacional de Combate à Homofobia na Praça Mauá. Fonte: Facebook do Coletivo

Além das reuniões (onde discutem as estratégias de ação) e formações (a fim de dar mais corpo teórico à vivência da militância) quinzenais, o Coletivo está começando a promover Encontros de Formação com o intuito de levantar dados sobre a história do movimento LGBTT na Baixada Santista.

O primeiro foi realizado no CES (Centro de Estudantes de Santos – Ana Costa, 308) e teve como convidado o maravilhoso Beto Volpe. O Encontro foi filmado, gravado e documentado através de uma transcrição das falas do Beto e todo esse material estará disponível para consulta em breve.

O Coletivo busca promover a visibilidade da população LGBTT através da reafirmação de datas caras ao movimento. Por exemplo, realizaram (no dia 29 de janeiro) uma sessão de cinema seguida de bate papo na Unifesp – Santos. Logo após a exibição do longa- metragem “Transamérica” (Dir. Duncan Tucker) A atriz, militante trans Renata Carvalho e a agente de prevenção e militante travesti Taiane Myiake, conduziram um bate papo incrível numa mesa composta também pela Dra. Rosângela Novaes e Professora Christiane Gonçalves com a mediação da militante do Coletivo, Natália Sato.

Trechos desse evento podem ser conferidos no canal do Youtube do Coletivo.

E dando continuidade ao trabalho de agregar amigos de luta pela região, o Coletivo irá se juntar ao Coletivo Feminista Pagu para realização de uma atividade no próximo dia 29 de agosto (dia da visibilidade lésbica). Maiores detalhes serão divulgados através da página do Coletivo no facebook.

O Contra Maré participou de uma atividade sobre Diversidade Sexual, realizando uma dinâmica seguida de debate sobre Gênero, Heteronormatividade, Opressão e Homofobia no Fórum dos jovens pensadores (dia 10 de maio na Estação da Cidadania). Além de ter sido eleito para ocupar uma cadeira (representando os Movimentos Sociais) no primeiro Conselho Municipal LGBT (Santos).

Lembrando que o Coletivo é uma organização da sociedade civil, portanto, pode e deve ser composto por todos que quiserem somar na luta pelos direitos Lgbts!

Fica o convite! Some conosco e acompanhe as atividades do Coletivo Contra Maré! Lgbts remando/lutando contra a maré de conservadorismo geral/santista!

Animou-se? Quer fazer parte ou colaborar de alguma forma? Entre em contato com eles pelo e-mail: [email protected]