Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

TAMTAM encena peças gratuitas em agosto

Durante todo o mês de agosto, o chamado “mês do cachorro louco”, o grupo TAMTAM vai promover uma série de espetáculos teatrais gratuitos.

Serão 9 apresentações cênicas, em parceria com o Departamento de Eventos da Secretaria de Cultura e o Espaço Sociocultural e Educativo Café Teatro Rolidei.

TAMTAM encena peças gratuitas em agosto

As peças são conhecidas do público do Orgone Grupo de Arte: “Canalha” e “Ensayo Para Dias de Chuva”, além de “Dona Doida”, que vem construindo carreira com o Grupo Poetas Vivos, que dramatiza as poesias de Adélia Prado.

Os ingressos serão distribuídos no dia da sessão (não valem para outras datas) uma hora antes do espetáculo.

O Café Teatro Rolidei fica no 3º piso do Teatro Municipal de Santos, na Av. Senador Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias.

Veja a programação:

CANALHA: Dias 9 e 10 de agosto, sexta feira e sábado, 21h, e dia 11 de agosto, domingo, 20h

Num palco-passarela montado especialmente para a obra, três momentos diferentes e que se completam: “castigo – glória – fé”. O universo dramatúrgico perpassa o universo de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, de nossos vizinhos, nossa família e da própria sociedade. A Obra aborda cruamente situações do cotidiano, comuns à história de nossas vidas, mas muitas vezes camufladas em nome do “bem estar” ou do que é aceitável socialmente.

“Canalha!”, é um trabalho atual e necessário na vida de hoje. Assistir aos três momentos, irá provocar no espectador, jovem, adulto, idoso… diversas reflexões sobre sua própria vida, permitindo assim uma ruptura de comportamentos e de ações já cristalizadas.

O público está próximo, não só pelo espaço cênico proposto, mas também porque acaba muitas vezes respondendo, quase intuitivamente, aos atores. São criados nesta remontagem pequenos ambientes que lembram o universo por vezes arquetípico de um bordel, um “bar de quinta”, e outros espaços considerados “marginais” pela “moral e os bons costumes”. Num texto afiado e realista CANALHA deixa o espectador estarrecido, perplexo e por vezes emocionado diante do que se apresenta, sem rodeios. Esta montagem conta com a Banda Music Box, que criou sonorização especial para cada cena através do envolvimento de Carol Germano, Percy Castanho e Luiz Ramos.

Indicação: 16 anos

ENSAYO PARA DIAS DE CHUVA – Dias 16, 17 e 24 de agosto, sextas e sábados, 21h; dias 18 e 25 de agosto, domingos, 20h

A obra aborda as angústias e anseios do ator e, por consequência, a própria condição humana de cada um de nós. Em cena, os atores e sua condição – o mundo e sua multiplicidade. Em cena, memória, fatos, a trajetória do homem e sua permanente luta para construir uma história digna e significativa – condição inegavelmente igual para o ator.

Fragmentos emocionais e discursos aparentemente desconexos fazem parte da peça, que traz para o jogo cênico a própria angústia e o desabafo dos atores no processo, vivenciado nos últimos dois anos. Seja enquanto o ator em formação, ator cidadão, ator educador, mas especialmente enquanto pessoas que circulam no dia a dia por uma cidade-mundo.

A peça, que estreou há dois anos, vai de encontro ao momento do país, cuja população pede por mudanças, reivindica. Fala de mudanças, transformação, as angústias e anseios da sociedade. Sempre com um novo olhar, algo a mais do que já foi apresentado.

Indicação: 14 anos

DONA DOIDA – Dia 30 de agosto, sexta-feira, 20h30

O grupo POETAS VIVOS propõe um ensaio para a doce loucura de ser. Loucura, palavra feminina, parideira de versos que traduzem a sina de ser, especialmente ser mulher… Ser Adélia(s) na roda dentada da outra Adélia (Prado), o cotidiano e a memória de outras mulheres, a casa-abrigo e o tempo inexorável: ora pro nobis laranjas raízes cumplicidade pecado ingenuidade sexo desprezo fé.

Os versos moídos na boca dos poetas, na sonorização de Sol Martines e Arcas, na interpretação de Claudia Alonso, ganham força com a direção de Renato Di Renzo.

O ritmo e a precisão vocabular vão magnetizando intérpretes e plateia que, amalgamados, aprisionados na roda-dentada, penetram no universo adeliano, vivenciando o momento poético como se fossem coautores.

Indicação: Livre.