Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

Toninho Dantas: alma de artista

Toninho Dantas era um louco no melhor sentido do termo. Um sujeito adorável, sensível ao extremo e dono de um raciocínio espantosamente claro. Era um cara que fazia as coisas acontecerem, e a seu modo.

Modo, aliás, divertidíssimo. Era muito comum ver Toninho enlouquecido durante algum evento organizado por ele, correndo de um lado para outro e parando alguns segundos só para dizer “querido, já falo com você”. Não falava, não dava tempo. Tinha alma de artista, não era defintivamente o rei da organização. Mas tinha tanta paixão que contagiava a todos. 

Nunca vou me esquecer do episódio que marcou o início do nosso contato. Eu era repórter do caderno juvenil de A Tribuna, o Tribu, e escrevia sobre cinema já havia alguns anos. Ele me ligou e convidou para integrar o time que selecionaria os curta-metragens finalistas do Curta Santos. Eu, honrado, aceitei. Não imaginava o que me esperava. Um dia, ao chegar em casa, me deparei com quase uma centena de fitas de VHS para assistir. Um belo susto. Mas foi uma experiência muito legal.

 

pilha de fitas VHS

Toninho era um cara único. Sinto saudade. 

Texto por Gustavo Klein, editor do caderno Galeria (A Tribuna)