Bicicletada acontece em Santos no dia 8 de março

Na terça-feira, pegue sua magrela e encontre outros amantes dos pedais na Praça das Bandeiras, às 16 horas. É de lá que parte a Bicicletada do Dia da Mulher. Mas o motivo não é só comemoração: a organização foi feita rapidamente pra mobilizar a região num protesto contra o homem que atropelou mais de 100 ciclistas em Porto Alegre.

“A ideia inicial era fazer uma bicicletada meio flashmob, durante o Carnaval, pra se aproximar do evento de Porto Alegre, do último dia 25, e ajudar na mobilização. Já vêm rolando pelo país todo, na última semana, mobilizações e bicicletadas relacionadas a esse caso, e a gente vai somar a isso”, conta um dos responsáveis pelo evento, Leandro Durazzo.

As bicicletadas rolam toda última sexta-feira do mês em Santos desde meados de 2009 e são organizadas e divulgadas via redes sociais, começando pelo Orkut e pelo boca-a-boca.

“É bom perceber, também, que por mais maluco que esse homem tenha sido, por mais errado e agressivo, a culpa não é só dele, mas de toda a cultura automotiva que faz com que ele exista. A lógica de que carros são bons e de que pessoas em carros são melhores é, na melhor das hipóteses, totalmente ilógica. Ela eleva à última potência a ideia da liberdade de ir e vir, sem notar que indo e vindo feito loucos, com ar condicionado e opcionais de fábrica, a gente acaba atrapalhando outras pessoas que também gostariam de andar, e andar por outros meios”, explica o organizador.

A foto acima é do incrível Treehuger e foi feita ano passado no evento Velo-City, na Dinamarca.

A galera da Bicicletada mandou uma mensagem especial para os leitores do Juicy Santos:

Levem seus amigos, filhos, maridos e bicicletas à Praça das Bandeiras, terça-feira agora. A bicicletada só terá efeito se houver bicicletas andando juntas. Não podemos deixar a impressão de que as ruas são apenas para os carros, e que podemos ser formalmente atropelados por andarmos nelas. Não podemos deixar que o ar piore a cada tosse do escapamento. Contra a fumaça e a favor do vento. E, unindo os pedais num dos motes mais criativos desde maio de 68: mais amor, menos motor.